Incrementando

#135COVID-19 – E os resultados? Ponto de equilíbrio e solidariedade.

COVID-19 – E os resultados? Ponto de equilíbrio e solidariedade.

 

Inspirar obras a humanizar números para desenvolver o Brasil que dá certo.

Desde meados de março o mais conhecido por coronavírus vem gerando uma pandemia mundial e, segundo várias autoridades mundiais, uma consequência na economia equivalente ou pior ao de uma guerra. Foi decretada quarentena em quase todos os países, e com isso quase todas as atividades pararam. Algo sem precedentes para quase todas as pessoas vivas neste planeta.

Eu que sempre utilizei esses textos para provocar e trazer reflexões sobre o aumento do lucro e do caixa da empresa, fiquei esses dias todos conversando com alguns empresários, ouvindo depoimentos de alguns outros, e refletindo sobre o que escrever nesse momento. Não queria só ficar dando essas dicas básicas:

1. Fazer contas e projeções dos recebimentos e pagamentos para os próximos 40 dias, e revisá-los quase que todos os dias;

2. Procurar e tentar manter-se conectado com o gerente da sua conta bancária, pois o governo tem adotado medidas relacionadas a crédito para médias e pequenas empresas. Porém, até o momento que escrevo este texto, ainda não ficou muito claro como tais recursos serão acessados;

3. Fazer o mesmo com o seu contador, já que também estão surgindo incentivos relacionados a impostos e encargos.

Nesse momento muitos devem estar se perguntando sobre a dica de reduzir despesas, manter só o essencial, fazer ajustes (demitir) no pessoal, cortar prestadores de serviços, etc. É exatamente nesse ponto que quero colocar uma ótica diferente, e para isto vou recorrer ao propósito da Incremental: “inspirar obras a humanizar números para desenvolver o Brasil que dá certo”.

É verdade que nesse momento, com a redução, ou até paralisação total das vendas, o ajuste nas despesas é a única maneira que os negócios possuem para buscar o ponto de equilíbrio. Mas é preciso fazer isso de maneira humana. Afinal de contas as pessoas vão continuar necessitando gastar com alimentação, saúde, higiene, água, energia, telefonia e educação dos filhos. Onde alguém conseguirá um emprego se for demitido? Se não receberem, como os pequenos fornecedores e prestadores de serviços vão honrar seus compromissos (folha de pagamento, principalmente)? E, sua empresa não vai precisar deles depois que tudo isso acabar? Portanto, agora mais do que nunca é momento de dividir, vamos buscar o ponto de equilíbrio com solidariedade, e no momento de avaliar gastos e pagamentos a recomendação é:

1. Avaliar quem são aqueles com mais capacidade de suportar ficar sem entradas de dinheiro, e na momento de priorizar, deixá-los por último. Entendo que são eles: governo, bancos, multinacionais e grandes empresas – nessa ordem;

2. Avaliar todas as possibilidades de captação de recursos junto às instituições financeiras;

3. Se houver possibilidade, não demitir. No entanto, se for imprescindível, esse momento que se deve pensar mais nas necessidades de cada um do que nas competências, ou seja, tentar manter os arrimos de família.

4. Negociar com os fornecedores e prestadores de serviços menores que a sua empresa. Tentar pagar metade ou 40% ou 10%, algo que caiba no seu fluxo, e também contribua com a sobrevivência dele.

Além disto tudo, as empresas só sobrevivem se tiver consumo. E, se todos não tomarem os cuidados acima, o colapso econômico certamente será ainda maior.

Nesse momento deve-se não só procurar o ponto de equilíbrio da sua empresa, mas sim o ponto de equilíbrio do seu holograma, da sua cidade, do seu estado, do seu país, do mundo. O que estiver ao alcance.

E, como disse o Papa Francisco em uma das suas homilias, só solidariedade para gerar esperança: “o Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal.”

 

Marcelo Simões Souza