Incrementando

#144Números e dinheiro na Ordem Natural.

Números e dinheiro na Ordem Natural.

Inspirar obras a humanizar números para desenvolver o Brasil que dá certo.

Eu sou um apaixonado pelos números e pelas finanças, mas por que será que o dinheiro causa tantos estragos? Ao redor do mundo, milhares de pessoas morrem todos os anos por excesso de trabalho. Segundo o Centro de Trabalho Social Financeiro dos Estados Unidos, problemas financeiros são os maiores fatores de estresse na vida das pessoas. Isso está certo? É natural? Eu não me conformo com isso. Isso precisa mudar. Números e dinheiro não foram criados com ideia de construir um mundo pior.

 

A minha família também sofreu as consequências dessa dificuldade com os números. Meu pai tinha uma loja de ferragens que prosperou nas décadas de 70 e 80. Ele tinha uma habilidade extraordinária para negociar, e por causa disto conseguiu grandes conquistas financeiras no período da hiperinflação, gerenciando com maestria as vendas, as compras e os estoques. Em 1990 quando o plano Collor deu início à estabilização da economia no nosso país, a loja do meu pai atravessou uma séria crise financeira e chegou muito perto da falência. Meu pai, sabia comprar, vender e lidar com pessoas, mas não tinha habilidades em gestão. Sabia lidar com números, mas não entendia de indicadores, fazia conta de cabeça, mas não sabia usar os números como uma ferramenta para conduzir o negócio. O estresse foi tanto que alguns anos depois a consequência foi uma doença muito grave.

 

Como a minha história em consultoria financeira só teve início em 1994, não deu tempo de ajudar meu pai. Mas hoje, 26 anos depois, com a INCREMENTAL, que inspira obras a humanizar os números para construir um Brasil que dá certo, tenho certeza de que é possível evitar que outras histórias como a do meu pai venham a acontecer.

Os números e o dinheiro precisam ser colocados na ordem natural.

Exceto para os profissionais da área, lidar com números costuma ser uma atividade muito complexa e estressante. Até porque, parece que meus colegas financistas fazem questão de fazer com que isso pareça mais complicado do que realmente é. E aí o que acontece? Muitos empresários vão administrando seus negócios só monitorando o saldo de caixa, assim como meu pai fazia. A consequência é que várias dessas empresas vão ficando pelo caminho. E isso, gera estresse financeiro para empreendedores, colaboradores, fornecedores, enfim, para todo o holograma. Negócios precisam ter saúde financeira. Sim, para evitar que a falta dinheiro provoque danos na saúde mental e física. Mas, não só por causa disso, porque empresas precisam de recursos para financiar seus propósitos de contribuir com um mundo melhor.

 

Portanto, o dinheiro e os números precisam ser colocados na ordem natural. Os números precisam ser humanos e estar a serviço das pessoas. E não o contrário. Ninguém deve trabalhar para ou pelo número e pelo dinheiro. Os números devem ser ferramentas para ajudar os gestores a cuidarem melhor dos seus negócios. Eles devem instruir, proporcionar aprendizados, orientar. Precisam mostrar os caminhos para os resultados. Afinal de contas, empresas precisam de lucro para cuidar do seu holograma. Números e dinheiro são transitórios. Vem e vão. O propósito de fazer do mundo um lugar melhor para todos, este sim, é transcendente. Mas, quando o transitório não está na ordem natural, atrapalha demais o transcendente. Empresas onde o transitório está na ordem natural são os melhores lugares para que as pessoas vivam seus propósitos. Essas empresas também conseguem ajudar com que o transitório não atrapalhe o transcendente do seu holograma.

 

Por isso os números precisam estar na ordem natural. Precisam ser leves e suaves para aqueles que são menos hábeis. Precisam ter significado. Eles devem ser meios para evitar outras histórias como a do meu pai. Números nasceram para orientar. Dinheiro, para financiar. Isso é colocar os números e o dinheiro na ordem natural.

 
 
Marcelo Simões Souza