Este Incrementando foi criado como um meio para vivermos nosso propósito:
HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
Você acaba de receber um conjunto de relatórios com os resultados do mês que acaba de encerrar. Normalmente surge a pergunta: por onde começar a analisar? Primeiro vale lembrar uma frase que já escrevi em um dos boletins, e estou sempre repetindo nas reuniões de resultados que participo: números não explicam, só indicam. Portanto, ao iniciar uma avaliação dos índices econômicos e financeiros da empresa, é importante lembrar que os dados estão mensurando a consequência de alguma realização, ou falta desta. O mais importante é, correlacionar tudo que foi feito com estas consequências. E, a partir disto, aprender como cada ação afeta lucro e caixa da empresa.
A minha recomendação é iniciar pelo lucro. Por quê? Porque este é o principal responsável pelo incremento da riqueza econômica. Os demais indicadores, ou são detalhamento da lucratividade, ou demonstram como o lucro está sendo gerenciado.
Você pode estar perguntando, o mais importante não é o caixa? É verdade! Uma empresa não “quebra” quando não possui lucro, mas quando não tem caixa. Porém, a liquidez da empresa depende da geração de lucro e de como é administrado.
Como é possível saber se o lucro foi bom ou não? Ha duas maneiras para isto. A primeira, a qual prefiro, é comparar com as perspectivas que foram traçadas a partir dos planos (metaprojetos) definidos e/ou ajustados no início do mês. O outro modo de avaliar, é comparar com as necessidades da empresa. Precisa ser suficiente para cobrir: variação da Necessidade de Capital de Giro (NCG), parcelas referentes a investimentos ou guardar uma verba para esta finalidade, eventuais problemas gerados no passado (dívidas), fazer a reserva necessária, e por fim, gerar a distribuição desejada por sócios e combinadas com colaboradores.
O passo seguinte é entender quais foram os fatores que interferiram na lucratividade do período: volume de faturamento, gastos com estrutura de apoio (as chamadas despesas fixas) e/ou margem de contribuição. Esta última por sua vez, está relacionada com o portfólio de produtos comercializados no mês, preços de vendas e de compras e/ou custos de produção. Isto significa que o lucro é uma consequência de uma boa relação com o mercado, o qual aceita comprar toda capacidade de produção e venda da empresa, consente pagar os preços (justos) cobrados. E, também, fruto de como os recursos estão sendo aplicados e talentos aproveitados. Portanto, o roteiro é começar pelo volume do lucro, depois volume de faturamento, percentual de margem de contribuição e finalmente o volume de despesas.
Após compreendido o que afetou o lucro, o próximo passo é entender o que aconteceu com o caixa. Isto deve começar entendendo o que o afetou: variação da NCG e/ou movimentações extra operacionais (investimentos, distribuições, amortizações etc.). Caso a variação da NCG seja significativa, então o passo seguinte é entender se o que interferiu nesta variável, volume de faturamento (o que pode ser observado através do índice NCG/Faturamento) ou prazos: de recebimentos de clientes, tempo “parado” em estoque e para pagamento de fornecedores. Ao identificar as causas dos resultados, o diagnóstico está pronto. Agora é partir para o prognóstico.
Marcelo Simões Souza
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