Incrementando

#153Quer resultados na sua empresa? Precisa educar, treinar e “culturar”.

Quer resultados na sua empresa? Precisa educar, treinar e “culturar”.

HUMANIZAR NÚMEROS PARA VIVER A ABUNDÂNCIA DA NOVA ECONOMIA.

Quando temos o desejo de se dedicar a um instrumento musical, por exemplo, primeiro precisamos compreender as notas musicais e suas conexões, conhecer as canções, enfim, aprender as técnicas. Porém, exceto os gênios, a maioria de nós precisa de ajuda de alguém com a capacidade de transferir esses conhecimentos, o que normalmente é realizado por um professor.

 

Nas empresas que querem se dedicar a obter lucro e caixa o raciocínio é o mesmo. Ou seja, as pessoas precisam aprender sobre os indicadores de resultados, conhecer os números fundamentais (nome que damos ao conjunto de índices econômicos e financeiros essenciais na gestão de resultados de um negócio) e compreender como suas ações afetam os resultados econômicos e financeiros. Pois, como Dov Seidman escreveu no seu livro COMO: “...o conhecimento viabiliza a ação das pessoas...a informação libera a capacidade...”. 

Ou seja, colaboradores que são educados para resultados tem uma tendência muito maior de agir em prol do incremento do lucro e do caixa da empresa. 

E quem são os professores? Normalmente, são aqueles que, na Velha Economia, chamávamos de responsáveis pela controladoria do negócio.

 

No entanto, só conhecer as técnicas musicais não garante que conseguiremos tocar um determinado instrumento. É preciso prática, que só se consegue com treino. Funciona assim também com os números fundamentais. E como fazer isso? A nossa recomendação é que isso aconteça praticando, e por isso a minha persistência para que as empresas criem fóruns para analisar, debater e aprender com os resultados. Nessas reuniões de resultados, normalmente mensais, os indicadores devem servir como ferramenta para aprendermos como nossas realizações no período fizeram diferença na vida das pessoas, e consequentemente, afetaram lucro e caixa. Pois, estes resultados, conforme já escrevi em outras edições do INCREMENTANDO, dependem do valor que clientes atribuem às experiências proporcionadas pelos colaboradores. E, da mesma forma que com um instrumento musical, quanto mais treinarmos a correlacionar ações com os impactos nos números fundamentais, mais fácil vai ficar para que as pessoas nos momentos que precisarem tomar decisões, façam as escolhas que incrementem lucro e caixa da empresa. Aqui vale um alerta: o aprendizado é contínuo, já que o cliente nunca é fiel, ele está fiel. Em outras palavras, o que as pessoas valorizavam ontem, não necessariamente é o mesmo que valorizam hoje, e/ou o que vão valorizar amanhã.

 

Agora, não basta só educar e treinar, porque se assim for feito, há o risco de os resultados serem cuidados somente de maneira reativa. Por isso é que eu também insisto que os negócios desenvolvam uma cultura de resultados. Como Seidman também escreve no livro citado acima: “...a cultura é composta das pequenas coisas que passam entre as pessoas no dia a dia...”. Uma cultura de resultados então são pessoas cotidianamente buscando construir resultados, que acabam influenciando outras, até que a empresa viva um ambiente de resultados. Conforme o autor complementa: “...a cultura é orgânica, mas não cresce por conta própria...um ecossistema...que pode ser plantado, regado, fertilizado, carpido e adubado...”. Em função disso brinquei com a palavra e citei que é necessário culturar, ou seja, desenvolver uma cultura voltada para os resultados.

 

 

Assim como a imensa maioria de nós não acorda de um dia para o outro e sai tocando um instrumento musical com maestria, o lucro e o caixa não vão acontecer por obra do acaso. Não com a consistência necessária para as empresas prosperarem. Eduque, treine e “culture”.  

 

Marcelo Simões Souza