Incrementando

#134Cultura dos Resultados.

Cultura dos Resultados.

 

Inspirar obras a humanizar números para desenvolver o Brasil que dá certo.

Dentre as várias definições de cultura que já encontrei, a do antropólogo britânico Edward B. Tylor, que está no Wikipédia, foi a que me inspirou:

“cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”.

Daí surge a minha definição: cultura de resultados é o conjunto de conhecimentos, capacidades, costumes e hábitos desenvolvidos pelas pessoas de uma empresa para cultivar resultados. Mas não posso deixar de mencionar que também fui influenciado pela origem da palavra (do latim), que significa “cultivar”, “ação de tratar”. Conjunto de conhecimentos e capacidades implica que cada negócio possua na equipe pessoas que saibam: - Administrar as ferramentas de gestão de resultados – formação de preços, painel de indicadores e os planejamentos, comercial e financeiro; - Organizar dados e elaborar indicadores; - Interpretar índices econômicos e financeiros; - Correlacionar responsabilidades, ações e atividades com os impactos no lucro e no caixa. Conjunto de costumes e hábitos significa que frequentemente todos da empresa: - Avaliem os prováveis impactos nos resultados de cada decisão e ação; - Participem dos encontros de resultados da empresa ou da unidade de negócio, ou do empreendimento. A reunião que cada um fará parte, depende das respectivas responsabilidades; - Procurem, busquem, pensem em alternativas para incrementar o lucro e o caixa. Porém, é essencial entender que só é possível desenvolver uma cultura de resultados consistente e duradoura se o “solo estiver fértil”. Pois, a equipe precisa de estímulos para se comprometer com o cultivo. E, eu tenho plena convicção de que o propósito é o único estímulo capaz de estabelecer um compromisso perene. Pessoas que encontram significado no trabalho, certamente cultivarão os resultados. E um importante “adubo” são os alicerces: valores, foco, diferenciais e competências. Lógico, desde que tais definições tenham sido elaboradas de forma participativa. Eu recordo de uma situação em um cliente que ilustra bem a relação entre valores e resultados. A empresa tinha feito uma importação de duas peças para máquinas, as quais tiveram que vir separadas. Pois bem, um dos lotes teve um problema e acabou se deteriorando por completo. Mas, no momento em que foram recorrer ao seguro, “descobriram” que só um dos itens estava assegurado, e adivinhem, era justamente aquele que chegou intacto. Mas, como as peças eram exatamente iguais, surgiu então a ideia de declarar a perda para a seguradora (que só tinha conhecimento de uma única importação). A decisão já estava tomada e prestes a ser executada, quando o gestor resolveu reunir a principal liderança para conversar mais sobre o assunto. Depois de muito debate foi concluído que o seguro não seria acionado porque aquilo feria os valores éticos e morais da empresa. O prejuízo financeiro foi bastante expressivo, mas os ganhos na motivação e compromisso da equipe foram enormes, e certamente devem ter influenciado bastante nos resultados econômicos e financeiros que foram formados pela equipe depois desse episódio.

Enfim, quer aumentar as chances de obter lucro e caixa de maneira menos árdua e mais consistente? Desenvolva uma cultura de resultados, alinhada ao propósito e aos alicerces.

 

ÍNDICES DE NOVEMBRO A JANEIRO DE 2020

 

LUCRATIVIDADE
Total Industria
Varejo Serviço
LIQUIDEZ
Total Indústria Varejo
*Quando se obtém prejuízo, não são calculados indicadores onde o denominador é o resultado operacional. Isto porque o objetivo destes é demonstrar a utilização do lucro. Isto é, quanto deste foi alocado em investimento operacional (variação da NCG), e/ou em outros investimentos (valores que nesses gráficos podem ser observados através da diferença entre formação de caixa total e operacional) e/ou fica retido no caixa.
É o terceiro mês consecutivo que o lucro cai. Eu ouvi e li muita coisa sobre um certo “descompasso” na tal da “black friday”, mas eu penso que os negócios não devem aceitar um resultado tão baixo. Outro indicador que chama a atenção é margem de contribuição, que também apresentou queda pelo 3º mês consecutivo. Está havendo uma redução de preços ou estão sendo vendidos produtos com margens menores? Quanto à liquidez, tem dois índices que continuam chamando muito atenção: giro de estoques e inadimplência. O curioso é que parece que parece morador de rua em São Paulo, ou seja, as pessoas se acostumaram, e aceitam com uma normalidade assustadora. As empresas precisam questionar por que itens estão ficando mais que 100 dias parados no almoxarifado, assim como por que mais de um quinto do saldo a receber, já deveria ter sido recebido.

 

Marcelo Simões Souza